Notícias

IEA prevê 40 por cento de aumento mundial do uso da energia renovável até 2017

A Agência Internacional de Energia (IEA) acaba de publicar uma previsão otimista para o futuro da energia renovável , o que sugere que em todo o mundo o uso de energia verde vai aumentar em 40 por cento ou mais até 2017. A agência estima que o uso de energia eólica, energia solar , hídrica e biomassa vai saltar de forma exponencial ao longo dos próximos cinco anos.

O  Relatório de Mercado de Médio Prazo de  Energia Renovável de 2012  da AIE analisou ​​oito das  fontes  mais comuns de energia renovável: hidrelétricas, biomassa, energia eólica terrestre, a energia eólica marítima, energia fotovoltaica solar, energia solar concentrada (CSP), geotérmica e energia dos oceanos . Uma vez que estas tecnologias começaram a desenvolver um mercado em maturação, elas estão aptas a crescer rapidamente nos próximos anos, transformadas em negócios  com competitividade econômica que agita o mundo inteiro.

Como resultado, a AIE prevê que as energias renováveis em ​​terawatts-hora vai subir quase 60 por cento em 2017, passando de 1.160 TWh para 1.840 TWh, provenientes de 710 gigawatts em novas energias renováveis. O relatório também prevê que a China vai contribuir com 270 gigawatts da nova capacidade, bem como 56 gigawatts para os Estados Unidos, 36gw para a Índia e 32 para a Alemanha.

O relatório otimista vê a energia eólica como a que mais cresce com a maior taxa (15,6 %). A bioenergia (biomassa) não fica muito atrás, com aumento de 8,3 %. De qualquer forma, esta previsão mostra as grandes mudanças que as energias renováveis ​​estão fazendo em todo o mundo.

_______________________________________________

'Precisamos de uma sensação de urgência'


Ecólogo canadense William Rees critica a lentidão na mudança de comportamento para um modelo de desenvolvimento sustentável

27 de junho de 2012
Giovana Girardi
A ideia de que a humanidade consome os recursos naturais mais rapidamente que a capacidade que o planeta tem de se regenerar – a chamada pegada ecológica – nascia há 20 anos em artigo do ecólogo canadense William Rees. Anos depois, seu aluno suíço Mathis Wackernagel desenvolveu a metodologia para medi-la e desde então a ferramenta se tornou o mais conhecido indicador de sustentabilidade. Nesta entrevista, Rees critica a lentidão na mudança de comportamento para um modelo de desenvolvimento sustentável.

Como surgiu a ideia de medir a pegada ecológica?

Desde criança eu era muito sensível ao fato de estar conectado com a terra. Nos anos 1970, comecei a me interessar pelo conceito de capacidade de suporte (o tamanho máximo que uma população pode ter para que o ambiente possa sustentá-la indefinidamente). Estava no começo do movimento ambientalista. Publiquei um paper sobre quanto a minha região, no Canadá, poderia sustentar, mas um economista me disse que se eu continuasse fazendo aquele trabalho, minha carreira acadêmica seria curta. Por causa de tecnologia, comércio, engenhosidade humana, imaginava-se que poderíamos crescer para sempre. Anos depois vi que a pergunta não era quanto uma região poderia suportar, mas quanta superfície da Terra é necessária para suportar esta população. Não importa onde ela está. Por exemplo, a Holanda.
A população acha que vive na Holanda, mas eles excedem sua capacidade de suporte do país. Ele não teria como suportar um décimo da população na sua própria terra. É assim que medimos a pegada ecológica. Significa que o crescimento em um lugar requer recursos importados. As grandes cidades funcionam como drenos do que é produzido no campo. Mas as pessoas nas cidades não estão conscientes dessa ligação ou que seus padrões de consumo estão esgotando a terra de alguém ou o estoque de peixes de outro. A análise da pegada ecológica procura mostrar as consequências físicas e biológicas do modelo de crescimento. O mundo está além do seu limite. Usamos mais peixes, mais florestas, mais solos do que o planeta consegue suprir.

O conceito da pegada ecológica tem os mesmos 20 anos da Eco-92, que também buscou essa conscientização. Por que a mudança ainda não ocorreu?

Mudanças sociais sem revolução, sem catástrofe, são um processo muito lento. A esperança é que vamos aumentando a consciência das pessoas ao ponto que faça diferença para a mudança política. Até agora não fez. Precisamos de uma forte sensação de urgência. Mas como espécie, não queremos considerar a redistribuição da riqueza para resolver a pobreza. Porque isso significaria dividir, ter impostos justos, o mundo corporativo contribuir mais com a sociedade. No modelo corrente, favorecemos a ganância, o individualismo, perdemos o senso de comunidade e a compaixão. É muito difícil persuadir as pessoas que a coisa mais importante é cooperar pelos interesses mútuos em vez de competir para crescer mais que o outro.

Qual é o desafio?

Para que os países mais pobres possam crescer para um padrão razoável, os ricos deveriam retrair em seus níveis de consumo de energia e materiais. Temos de convergir para um estilo de vida sustentável, adequando todo mundo. Um mecanismo para isso acontecer é mexer nos preços. Até hoje não pagamos o real custo de produzir coisa alguma. Por exemplo, no Canadá eu pago por US$ 1,35 por um litro de gasolina, mas o preço verdade deve ser 5 ou 6 dólares. Se fosse assim, provavelmente eu usaria muito menos gasolina. E se custasse tudo isso, a economia iria responder. Teríamos de ter carros três vezes mais eficientes. Haveria um grande reajuste em toda a economia para reduzir consumo sem prejudicar o estilo de vida. Esta é a forma fácil de fazer. Isso está longe der ser fácil. Bom, é mais fácil que lidar com uma catástrofe, com as mudanças climáticas. Mas somos uma espécie que vive iludida ao pensar que preços baixos são sempre bons. Eles não são.

Fonte: O Estado de São Paulo

_________________________________

Economia deve valorizar os recursos naturais, diz representante da ONU para mudanças climáticas
Agência Brasil

A secretária executiva da Cúpula das Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU), Christiana Figueres, disse neste domingo, 17, que o mundo não pode mais se dar ao luxo de ter um sistema econômico que não valorize os recursos naturais. Ela participou do Rio Climate Challenge, evento paralelo à Rio+20 que busca soluções para as mudanças climáticas.

A proposta de dar um valor econômico aos “serviços prestados” pelos recursos naturais foi uma das sugestões do Rio Climate Challenge, que será encaminhada aos chefes de Estado e de Governo que participarão da Rio+20 nesta semana.

“As ciências econômicas precisam mudar sua visão e passar a ver os recursos naturais como algo onde está o valor para os próximos 50 anos. Se não transformarmos isso no centro da nossa estrutura econômica, nós não vamos resolver o problema”, disse.

O Rio Climate Challenge, que reuniu especialistas de 14 países, também propôs que o conceito de Produto Interno Bruto (PIB), que hoje mede a riqueza de uma nação com base apenas na soma de bens e de serviços produzidos, seja transformado para medir também o grau de sustentabilidade de um país.

_____________________________________________________

Ainda tímidas, iniciativas verdes e de baixo custo dão alento

29/05/2012

RIO - Numa cidade que está longe de ser exemplo de desenvolvimento sustentável, ou seja, com respeito ao meio ambiente, iniciativas isoladas destacam-se como bons exemplos a serem seguidos: do morador que decidiu criar em casa um sistema de reutilização de água e aproveitamento da energia solar para esquentar o banho da família aos prédios erguidos já com a previsão de cultivo de telhado verde, vidros isotérmicos nas janelas para reduzir o uso de ar-condicionado, coletores seletivos de lixo e sensores de presença para evitar desperdício de luz. A construção pode ficar até 10% mais cara, mas o futuro gasto com energia chega a ser reduzido pela metade.

Depois da caixa d'água e coletores aquecidos pelo sol (basta um mormaço para dar conta de dois chuveiros) e das calhas para recolhimento de água da chuva, Hans Rauschmayer, alemão radicado no Rio há dez anos, planeja a instalação de placas fotovoltaicas para baixar ainda mais a dependência da eletricidade - hoje a conta da família de cinco pessoas é de apenas R$ 50. A água da chuva serve ao vaso sanitário e para regar as plantas.

Tudo foi preparado com o manual da ONG Sociedade do Sol, que ele baixou na internet (www.sociedadedosol.org.br) e materiais baratos, como tubos de PVC. Rauschmayer trabalhava com informática, mas, seguindo a tradição alemã de preocupação com a ecologia, passou a se interessar mais pela questão. Em 2003, começou a fazer as transformações em casa.

O passo seguinte foi fundar a empresa Solarize Rio, que oferece treinamento para aplicação rápida do que chama de "tecnologia popular do aquecimento solar de baixo custo", tanto para empresas quanto para pessoas comuns. "Queria disseminar algo que ninguém estava fazendo", diz Rauschmayer.

"É muito fácil de preparar, não precisa ter uma especialização, só alguma habilidade. A demanda tem aumentado, existe um movimento por conta da Rio+20, mas o Rio está atrasado em relação a cidades como São Paulo e Belo Horizonte. Eu ainda fico surpreso ao ver que no Brasil o Sol só é aproveitado na praia, ao contrário do que ocorre na Alemanha." O país é o líder do mercado mundial de energia solar, a despeito de seu clima.

O Rio não tem tradição de prédios ambientalmente corretos. Mas empreendimentos imobiliários do gênero têm feito sucesso.

Habitado há dois meses, o Ecolife Freguesia conquistou compradores ao oferecer diferenciais pouco vistos, como descargas com jato mais forte de água, o que torna desnecessário o duplo acionamento, e churrasqueiras ecológicas - a gás, e não a carvão. O gêmeo Ecolife Recreio, finalizado em abril, já está todo vendido.

Certificação. Com paredes com camada dupla de vidro, que reduzem o consumo de ar em até 60%, e corredores iluminados naturalmente, a Universidade Petrobrás, na Cidade Nova, é um dos primeiros prédios sustentáveis da cidade. Recebeu em 2008 a certificação internacional Leed (de Leadership in Energy and Environmental Design), desejada por outros 13 imóveis cariocas. Cumpriu o mínimo de 26 exigências numa lista de 69. Tem até vagas especiais para veículos que poluem pouco.

Um dos postulantes é o Colégio Estadual Erich Walter Heine, onde o esforço se vê nos detalhes: não há copos descartáveis; cada aluno e professor tem sua caneca para beber água. De telhado verde - que, entre outros benefícios, atenua a poluição atmosférica -, a escola, construída em formato de catavento, para maior circulação do ar, se autointitula a primeira instituição educacional sustentável da América Latina.

São casos esparsos, mas que tendem a se tornar mais numerosos, acredita o diretor do Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente (Nima) da PUC-Rio, Luiz Felipe Guanaes.

"As mudanças de comportamento são processos demorados. Os alunos que nasceram pós-Eco-92 estão chegando à universidade mais conscientes. Os materiais vão baratear, é uma nova sociedade que vai surgir."



Fonte: O Estado de São Paulo

____________________________________________________________


Instituto da UFRJ criará tecnologias verdes

29/05/2012

Representante do Pnuma no Brasil disse que o centro dará concretude a várias aspirações dos países-membros da ONU.

RIO - Um novo prédio no Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão, vai abrigar o Instituto Global para Tecnologias Verdes e Emprego, além do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas e do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas.

O instituto é uma parceria da Coppe/UFRJ com o governo do Estado do Rio, que tem o apoio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).

O lançamento vai ocorrer no dia 4, com a presença do diretor do Pnuma, Achim Steiner, e da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, entre outros.

O diretor da Coppe e secretário executivo do Fórum, Luiz Pinguelli Rosa, disse que o instituto vai concentrar várias atividades e programas de pós-graduação, reunindo inicialmente cerca de 30 pesquisadores.

Segundo ele, novos laboratórios deverão ser criados com a oportunidade de ampliação de parcerias com universidades estrangeiras. "O instituto vai potencializar estudos e pesquisas que a Coppe desenvolve, principalmente nas áreas de energia, mudanças climáticas e inovação, agora com uma cooperação internacional maior."

A representante do Pnuma no Brasil, Denise Hamú, disse que o centro vai "dar concretude a várias aspirações dos países-membros (da ONU), com experiências que serão desenvolvidas para tecnologias verdes".

Segundo ela, a iniciativa terá todo o apoio institucional do Pnuma, mas não será oficialmente vinculada à ONU. Não há compromisso de recursos.

"Estamos numa fase de intercâmbio de ideias para esse instituto, que é inédito no mundo, com foco na economia verde e em tecnologias sustentáveis. Vamos nos valer dos resultados da Rio+20 para identificar áreas de cooperação", disse Denise.

Suzana Kahn, subsecretária de Economia Verde da pasta de Meio Ambiente do governo estadual, é uma das idealizadoras do projeto. O objetivo é tornar o Rio referência em pesquisa de novas tecnologias voltadas para a economia verde e o desenvolvimento sustentável.

Na inauguração, Steiner vai lançar a versão em português do relatório da ONU sobre empregos relacionados a tecnologias sustentáveis.

Fonte: O Estado de São Paulo

_____________________________________________________________

Clube de Roma prevê aquecimento de 2ºC na Terra em 40 anos

As emissões de dióxido de carbono farão a temperatura média global aumentar 2 graus Celsius até 2052, e até 2,8 graus até 2080, já que dificilmente os governos e os mercados tomarão medidas suficientes contra a mudança climática, segundo o centro internacional de estudos Clube de Roma.

Um relatório divulgado na terça-feira pelo grupo, com sede na Suíça, avalia que a mudança climática deve se tornar incontrolável na segunda metade do século se não for contida na primeira metade. O documento estima que a população global atingirá o auge em 2042, com 8,1 bilhão de habitantes, e que o crescimento econômico se desacelerará sensivelmente nas economias avançadas.

"É improvável que os governos aprovem as regulamentações necessárias para forçar os mercados a alocarem mais dinheiro para soluções climáticas, e não devemos assumir que os mercados irão funcionar para o benefício da humanidade", disse Jorgen Randers, autor do estudo.

"Estamos emitindo a cada ano o dobro dos gases do efeito estufa que são absorvidos pelas florestas e oceanos do mundo. Esse excesso irá piorar e vai atingir o auge em 2030.

Em 2010, países do mundo todo concordaram em reduzir suas emissões de modo a manter neste século o aquecimento médio global em 2 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais. Mas o relatório do Clube de Roma prevê que esse limite será alcançado bem antes do final do século. Cientistas dizem que, depois do limite dos 2 graus, o mundo poderá enfrentar uma catástrofe climática.

Randers disse que em 2052 o consumo per capita na China já deve ser de pelo menos dois terços do consumo nos EUA, e que o crescimento médio de 14 grandes nações emergentes, incluindo Brasil, Índia e África do Sul, deve triplicar nos próximos 40 anos.

"Esse crescimento irá melhorar o padrão de vida para muitos, mas terá um custo para o clima global. Embora o crescimento não deva ser tão explosivo na China, ele ainda assim será forte o suficiente para manter as emissões dessas nações crescendo até a década de 2040", acrescentou.

Já as economias dos EUA e Europa, mais maduras, terão declínio ou estagnação no consumo, e isso deverá evitar o esgotamento dos recursos globais de petróleo, água e alimentos até 2052.

Um novo acordo climático global, envolvendo pela primeira vez a China e os EUA, que são os dois maiores poluidores do mundo, deve ser definido até 2015, para entrar em vigor até 2020 - data que especialistas dizem que deve ser tarde demais para limitar os danos. 



Fonte: O Estado de São Paulo 

_____________________________________________

Arábia Saudita inaugura a maior usina solar térmica do mundo

A maior instalação solar térmica do mundo foi recentemente inaugurado em Ryad, Arábia Saudita. A instalação é quase o dobro do tamanho do que era anteriormente a maior instalação mundial na Dinamarca, devendo gerar energia para uma universidade de 40.000 alunos. Os painéis foram fornecidos pela empresa austríaca GREENTec ONE, especializada em projetos solares.

Os 36.000 metros quadrados do sistema de cobertura é equivalente ao tamanho de cinco campos de futebol e foi construído a um custo de US$ 14 milhões. A tecnologia solar é apenas uma das muitas características que farão a nova universidade para mulheres Princesa Noura Bint Abdulrahman, em Riyadh, uma vitrine para a inovação ambiental. O projeto também é um sinal de que os países do Oriente Médio, que se tornaram ricos graças aos combustíveis fósseis, estão planejando o futuro pós-petróleo.

O painéis solares utilizados no projeto são enormes. Cada possui 10 metros quadrados e pesa 170 quilos, possuindo um revestimento transparente para melhorar seu desempenho. Os painéis necessitaram de um sistema de montagem especial para mantê-los aparafusadas aos telhados quando as tempestades de areia atingem Riyadh.

Projetos semelhantes devem aparecer na Arábia Saudita nas próximas décadas. O reino estabeleceu uma meta de 10 por cento de sua energia a partir de energia solar até 2020. Atualmente o petróleo é abundante, e mais da metade da eletricidade da Arábia Saudita vem desta matriz. Mas, com preços do petróleo em mais de US $ 100 o barril, faz sentido econômico para a Arábia Saudita reduzir sua dependência doméstica e exportar mais. Como o país deve crescer ainda mais nos próximos anos, a Arábia Saudita poderá se tornar um líder mundial em geração de energia solar.


___________________________________________________



Microgeração e minigeração de energia ganham regras

SÃO PAULO - A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira regras para reduzir barreiras para instalação de geração distribuída de pequeno porte, que incluem a microgeração, com até 100KW de potência, e a minigeração, de 100KW a 1MW, a partir de fontes incentivadas de energia (hídrica, solar, biomassa, eólica e cogeração qualificada).
A norma cria o Sistema de Compensação de Energia, que permite ao consumidor instalar pequenos geradores em sua unidade consumidora e trocar energia com a distribuidora local. Pelo sistema, a unidade consumidora produzirá energia e o que não for consumido internamente será injetado no sistema da distribuidora, que utilizará o crédito para abater o consumo dos meses subsequentes.
Os créditos poderão ser utilizados em um prazo de 36 meses e as informações estarão na fatura, de modo que o consumidor saiba o saldo de energia e tenha controle sobre a sua fatura. Órgãos públicos e empresas com filiais que optarem por participar do sistema de compensação também poderão utilizar o excedente produzido em uma de suas instalações para reduzir a fatura de outra unidade.
Conforme as regras, o consumidor que instalar micro ou minigeração distribuída será responsável inicialmente pelos custos de adequação do sistema de medição necessário para implantar o sistema de compensação. Após a adaptação, a própria distribuidora será responsável pela manutenção, incluindo os custos de eventual substituição.
Além disso, as distribuidoras terão até 240 dias após a publicação da resolução para elaborar ou revisar normas técnicas para tratar do acesso desses pequenos geradores, tendo como referência a regulamentação vigente, as normas brasileiras e, de forma complementar, as normas internacionais.
A Aneel destaca que a chamada geração distribuída pode trazer uma série de vantagens sobre a geração centralizada tradicional, como a economia dos investimentos em transmissão, redução das perdas nas redes e melhoria da qualidade do serviço de energia elétrica.


Descontos


A Aneel também aprovou novas regras para descontos na Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (Tusd) e na Tarifa de Uso do Sistema de Transmissão (Tust) para usinas de até 30MW que utilizarem a fonte solar.
Para os empreendimentos que entrarem em operação comercial até 31 de dezembro de 2017, o desconto de 80% será aplicável nos 10 primeiros anos de operação da usina e após esse período o desconto será reduzido para 50%. Para os empreendimentos que entrarem em operação comercial após 31 de dezembro de 2017, mantém-se o desconto de 50% nas tarifas. 
________________________________________________


Hospital em Gaza utiliza painéis solares

Equipamentos foram instalados devido a falta de combustível para os geradores da região


Cinco dos 15 leitos da unidade de terapia intensiva do hospital Shifa, localizado na faixa de Gaza, já estão sendo alimentados por energia solar. A iniciativa foi tomada devido a falta de combustível na região, que ameaça o pleno funcionamento da instituição.
Doados por um grupo italiano, os painéis oram instalados no telhado do prédio onde se localiza o hospital.
A crise no fornecimento do combustível começou em janeiro de 2012, devido a uma disputa sobre o pagamento e a entrega de combustível entre o Hamas, que governa Gaza, e os vizinhos do Egito.
-----------------------------------------------------------

Economia verde busca avanço na Rio₊20


Karina Ninni 

Um dos temas eleitos pela ONU para a Rio+20 é a economia verde, conceito que designa um modelo de desenvolvimento baseado em baixa queima de carbono, eficiência no uso dos recursos e inclusão social. Grosso modo, a ideia é “esverdear” a economia, estudando soluções de investimento nos setores verdes - e em outros originalmente não tão amigos do ambiente.
O desafio parece imenso - e é. O tema é abordado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) desde 2008, quando foi lançada a Iniciativa pela Economia Verde. Em 2011, o Pnuma lançou o relatório A caminho da Economia Verde. Diante da complexidade do tema, a abordagem foi dividida em duas grandes áreas: capital natural (que inclui agricultura, pesca, água e florestas) e energia e eficiência no uso de recursos (energias renováveis, indústria, construções, transporte, turismo e cidades).
“Seja pelo crescimento das energias renováveis na Alemanha, na China ou na Índia, pela propagação acelerada da agricultura orgânica e sustentável em Uganda e Argentina ou pelas políticas de transporte sustentáveis de cidades como Curitiba, há muitos exemplos sinalizando que a transição está em andamento”, diz o porta-voz do Pnuma, Nick Nuttall. Para ele, a Rio+20 é uma oportunidade de dar escala e acelerar a incorporação dessas transições.
Agropecuária. No Brasil, que vem se destacando na produção de alimentos - somos o maior exportador de carne do mundo e o cultivo de grãos cresce em média 4% ao ano -, o setor agrícola merece atenção. “Trata-se de inverter o olhar e transformar uma agenda negativa, de custos adicionais, em oportunidades de negócio. Especialmente pela capacidade que temos de produzir sem degradar e sem comprometer o futuro”, diz o agrônomo e chefe da Embrapa Meio Ambiente, Celso Vainer Manzatto.
A aposta da agricultura brasileira é nos sistemas integrados de produção (agrossilvopastoris), na minimização de danos e emissões de gases-estufa pela incorporação de práticas como plantio direto (sem revolver o solo ou fazer queimadas), na recuperação de áreas degradadas e na redução do uso de insumos tradicionais e aumento do uso de insumos biológicos (como o rizóbio, bactéria que capta o nitrogênio do ar e o fixa no solo).
Para reduzir as emissões dos gases carbônico, metano e do óxido nitroso, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) lançou há dois anos o programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC). “O ABC incentiva práticas que a agricultura brasileira tem há décadas. Mas exige reciclagem das equipes técnicas e dos produtores rurais. E também um tempo para que a aprendizagem do novo sistema seja internalizada”, afirma Derly Dossa, chefe da assessoria de gestão estratégica do Mapa. Ele afirma que o Brasil tem hoje 27 milhões de hectares cultivados no sistema de plantio direto. “A meta é melhorar e aumentar mais 8 milhões de hectares em dez anos.”
Manzatto, da Embrapa, lembra que a participação da agricultura nas emissões é grande. “Das metas de redução voluntárias do Brasil, da ordem de 36%, 29% têm de ser reduzidas na agricultura”, diz. Dossa afirma que a meta do ABC é abranger 30 milhões de hectares (o equivalente ao território da Itália) nos próximos dez anos, prioritariamente no Cerrado. “Mas Paraná e Rio Grande do Sul estão se mexendo muito rapidamente, por conta do aumento do preço das terras e a degradação que já sofreram.”
Transportes. Outro tema que merece olhar atento são os transportes, que respondem por boa parte das emissões em países como os EUA e vêm aumentando sua participação nos países em desenvolvimento. A frota brasileira cresceu de menos de 10 milhões de veículos, em 1980, para quase 40 milhões em 2009. Levando-se em consideração apenas o CO2, foram emitidas 170 milhões de toneladas em 2009, 38% originadas de automóveis.
Desde 1986, o governo brasileiro mantém o Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve). Os veículos são divididos em pesados, leves, motocicletas e máquinas agrícolas e rodoviárias. O programa regula monóxido de carbono, hidrocarbonetos, óxidos de nitrogênio e material particulado. “Uma fase do Proconve é sempre a combinação de uma data com um novo limite de emissão”, diz Rudolf Noronha, gerente de Qualidade do Ar do MMA. “Avançamos muito em tecnologia. Em 1985, um carro emitia o equivalente a 56 autos de hoje. O problema é a somatória das emissões”, afirma.
Há duas semanas, o Proconve entrou em sua sétima fase para veículos pesados, com a adoção do diesel S-50, que tem 50 partes por milhão de enxofre (atualmente ainda usamos, em muitos locais, um diesel com 1,8 mil ppm de enxofre).
Noronha chama a atenção para a emissão das motos. “Até pouco tempo atrás, uma moto emitia por quatro carros. Hoje uma moto equivale a um veículo leve. Mas é um equilíbrio que a gente mantém a muito custo”, revela.

Fonte: Jornal "O Estado de São Paulo" - www.estadao.com.br

______________________


Energia solar pode ultrapassar 33 GW na Índia até 2022



A Índia possui um enorme conjunto de metas de energia solar para os próximos anos. Na esteira da crise de energia crescente, o país é um dos que apresentam melhores chances de liderarem o setor em um futuro próximo. O país receberá 33,4 gigawatts de energia solar instalada até 2022, diz uma estimativa da "Bridge to India". O quadro é melhor do que a previsão de 20GW estimada pela National Solar Mission (NSM) para o período. A entidade afirma que o país está em intensos esforços para se tornar um "player" de liderança na energia solar em todo o mundo.
Conforme o relatório, a Índia vai superar marca dos 14.15GW em 2018, uma vez que é uma das  opções de energia mais atrativas naquele país, com pessoas começando a instalar sistemas solares para substituir as matrizes tradicionais.
Na Índia, a energia solar é muito barata do que a utilização de geradores diesel. Em 2012, os custos de energia solar serão até 40% mais econômicos do que as demais formas de geração, dizem analistas da indústria.
A melhoria na tecnologia e a combinação de economias de escala irão ajudar a reduzir o custo da energia solar. Subsídios do governo focam principalmente a utilização de projetos de energia solar em grande escala.
Atualmente, apenas 40 por cento da população indiana tem acesso a energia elétrica, que deverá aumentar consideravelmente com esta iniciativa, dizem os especialistas.
_________________________________________________


O desabrochar da energia eólica
Por Luis Nassif

Coluna Econômica - 17/01/2012
2011 foi o ano da maturidade da energia eólica. Nos leilões de energia, firmou-se como a segunda energia mais barata, logo após a hidrelétrica. Substituiu as térmicas a gás, pelo fato dos projetos em curso já terem absorvido a produção nacional de gás até 2020. Mostrou-se mais competitiva que a biomassa e as PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas). Neste caso, devido aos altos custos da construção civil, em um mercado aquecido.


O principal avanço do setor foi o custo do capital, que caiu muito nos últimos anos. Quando foi lançado o Proinf (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica), em 2002, o custo de capital era de R$ 6,4 milhões por MWh. Hoje em dia, está em R$ 3,4 milhões.
A principal razão dessa queda foram os ganhos tecnológicos decorrentes da experiência acumulada de 2004 para cá. O fator líquido de capacidade (quanto da capacidade instalada se converte em energia efetiva) saltou de 32% para 45%.
Contribuíram para isso, de um lado, a elevação das torres, que saltaram de 50 metros de altura para 108 metros, captando ventos mais fortes e constantes. Depois, avanços nos motores e nas hélices, a partir de tecnologia importada da aeronáutica, no perfil aerodinâmico da pá, na capacidade de retirar o máximo da força do vento e transformar o movimento da hélice em energia.
Mas o principal fator de diferença de preços entre Brasil e Europa é a qualidade dos ventos nacionais. E ainda há uma vantagem extra de que as energias eólica e hidráulica são complementares: quando chove muito, venta menos; e vice-versa. Assim, em tempos de estiagem há maior produção de energia eólica. Apenas Canadá e Noruega possuem essa característica.
Houve contribuição, também, dos estudos meteorológicos.
Em 2001 foi publicado o primeiro Atlas Eólico Brasileiro. Mediram-se os ventos a uma altura de 45 metros. Este ano sairá a versão atualizada, mas aí medindo as correntes de vento a uma altitude de 100, 120 metros.
Os estudos estão sendo conduzidos pelo CEPEL (Centro de Pesquisa e Tecnologia de Eletricidade da Eletrobras) junto com o Coppe, trabalhando em estreito contato com o INPA (Instituto Nacional de Pesquisas Aeropespaciais).
Provavelmente o potencial eólico medido será o triplo do Atlas 2001. Naquele, o potencial total era estimado em 143 GWh; no novo, em 300.
Além disso, descobriram-se potenciais de vento fora do litoral, especialmente no interior da Bahia, em uma faixa que se estende por Ceará e Piauí.
A expansão do setor tem dois momentos cruciais. O primeiro, em 2004, quando surge o Proinf regulamentando lei de 2001, criada na época do racionamento. O segundo, quando a então Ministra das Minas e Energia, Dilma Rousseff, precisou regulamentar o setor. Foram necessários os primeiros incentivos para sinalizar os fabricantes de bens de capital, esperando colher os frutos no futuro.
Hoje em dia, praticamente todas as grandes empresas de energia elétrica investem em energia eólica. Também entraram no setor grupos não-tradicionais.
Blog: www.luisnassif.com.br
E-mail: luisnassif@advivo.com.br

____________________________


ONU lança iniciativa para difundir energia sustentável

Objetivos incluem garantir o acesso à eletricidade para todas as casas e duplicar o peso global da energia renovável.
O "Ano Internacional de Energia Sustentável para Todos" começou nesta segunda-feira, 16, em Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos) com o triplo objetivo de garantir o acesso à eletricidade para todas as casas, duplicar o peso global da energia renovável e melhorar a eficiência energética antes de 2030.
Durante o discurso de inauguração do World Future Energy Summit, o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, disse que esta iniciativa é um empenho pessoal que procura lutar contra a desigualdade e defender a "dignidade humana".
Ban manifestou que garantir o acesso à eletricidade é uma forma de combater a pobreza, opinião semelhante à do ministro brasileiro de Minas e Energia, Edison Lobão, para quem a extensão da rede a regiões remotas do país melhorou a situação econômica de 15 milhões de pessoas.
O desafio de duplicar o peso das energias renováveis no consumo mundial de energia antes de 2030, até alcançar 30%, é difícil, como reconheceu o próprio Ban Ki-moon, embora factível, segundo todos os participantes do fórum.
Segundo o comissário europeu de Desenvolvimento, Andris Piebalgs, esta transição custaria cerca de 50 bilhões de euros, algo que para a diretora geral da União Internacional para a Conservação da Natureza, Julia Marton-Lefèvre, é pouco quando comparado com o preço de importar combustíveis fósseis.
Uma das ideias mais recorrentes durante a primeira sessão do congresso é a apontada pelo enviado especial do Banco Mundial para a Mudança Climática, Andrew Steer, que insistiu em que "há financiamento", mas que os investidores exigem segurança normativa para assumir o risco de investir em energias renováveis.
Da mesma maneira, o presidente do Bank of America, Charles Holliday, disse que os bancos investirão em indústrias de energia solar ou eólica em qualquer lugar do mundo que puder obter benefícios com isso.
"Os Governos têm que entender os benefícios da estabilidade normativa e econômica", assinalou o diretor-geral da Agência Internacional de Energias Renováveis (IRENA), Adnan Amin.
O próprio secretário-geral da ONU apelou à colaboração entre o setor público e o privado, que se encarregassem de aprovar as leis adequadas para o fomento das energias renováveis e de seu financiamento e desenvolvimento.
Esta transmissão de conhecimento deveria afetar, segundo o primeiro-ministro da Coreia do Sul, Kim Hwang-sik, também a relação entre países desenvolvidos e países emergentes, com o objetivo de compartilhar a experiência em uma "política verde" comum.
Outro dos fatores que favorecem os otimistas sobre o cumprimento do triplo objetivo do Ano Internacional de Energia Sustentável para Todos é o compromisso feito pelos países emergentes com as energias renováveis.
Apesar disso, para conseguir a transição a economias com baixos níveis de emissão de dióxido de carbono - advertiu o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao - é imprescindível a energia nuclear.
Wen defendeu o uso pacífico deste tipo de energia e lembrou que seu país combina um forte desenvolvimento das energias renováveis - tanto solar como eólica e hidráulica - com a construção de novas usinas nucleares.
Definitivamente, o triplo objetivo fixado pelas Nações Unidas para 2030 supõe, em palavras de seu secretário-geral, uma forma de "reduzir a pobreza, oferecer oportunidades a todos, dinamizar a economia e lutar contra a mudança climática".
O World Future Energy Summit é um congresso convocado anualmente por Masdar - uma empresa pública dos Emirados Árabes dedicada à pesquisa e à promoção de energias renováveis - que na edição 2012 receberá 26 mil visitantes e 600 empresas de todo o mundo.

Fonte: Jornal O Estado de São Paulo

__________________________________________________________

Cientistas desenvolvem pintura que gera eletricidade




ScienceDaily (21 de dezembro de 2011) - Imagine se a última camada de tinta aplicada na parte externa da sua casa gerasse eletricidade, podendo ser utilizada para alimentar os aparelhos e equipamentos usadas em seu interior.
Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Notre Dame fez um grande avanço nesta direção, criando uma "pintura solar" de baixo custo que utiliza nanopartículas semicondutoras para produzir energia.

"Queremos fazer algo transformador além da tecnologia baseada em silício utilizada atualmente", diz Prashant Kamat, Professor de Ciências em Química e Bioquímica e investigador no Centro Notre Dame para Nano Ciência e Tecnologia (NDnano), que lidera a pesquisa.
"Ao incorporar o poder de produção de nanopartículas, chamados pontos quânticos, fizemos uma pintura solar que pode ser aplicada a qualquer superfície condutora sem equipamento especial."

"A melhor eficiência de conversão da luz em energia chegamos até agora é de 1 por cento, que é bem inferior a eficiência atual de 10% a 15% das células solares comerciais de silício", explica Kamat.
"A tinta,porém, pode ser feita de forma barata e em grande quantidade. Se pudermos melhorar a eficiência poderemos ser capazes de fazer uma diferença real na satisfação das necessidades de energia no futuro."

Kamat e sua equipe também pretendem estudar formas de melhorar a estabilidade do novo material.
A NDnano é um dos centros principais da nanotecnologia no mundo. Sua missão é estudar e manipular as propriedades dos materiais e dispositivos, bem como suas interfaces com os sistemas vivos, em escala nanométrica.